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terça-feira, 14 de dezembro de 2010
CONCENTRAÇÃO, COMO FIRMA A CABEÇA DO MEDIUM
Direcionando a palavra "concentração" para o nosso estudo, entende-se como: "ligar na tomada".
Exemplo: ao chegarmos da rua para os trabalhos espirituais, devemos desde o portão de entrada, doutrinar a nossa mente ao esquecimento e desligamento dos problemas do cotidiano existentes na nossa vida, e direcioná-la, apenas, naquilo que se refere a Umbanda. O primeiro momento de concentração deve ocorrer na Casa de Exu, onde através de preces, orações e saudações, pedimos a esta linha, que comecem por nos limparem de todas as energias e influências negativas que acumulamos no nosso dia-a-dia. Existem várias formas para essa prática:
- Simplesmente entrar no recinto e orar (pedir)
- Acender uma vela, oferecendo-a ao seu Exu, fazendo os seus pedidos; ou
- providenciar sua prateleira e trata-la com pinga, flores, etc...
Ainda concentrados, devemos entrar no terreiro e fazer as saudações de acordo com o que foi ensinado, mantendo sempre as conversações em tons moderados e sem desviar o assunto para aquilo que não faz parte da nossa religião ou do trabalho que será efetuado naquele dia ou daquela noite. No inicio do trabalho, já suficientemente concentrado, cada médium, deve dirigir o pensamento em atenção aos rituais de abertura, pontos, orações e defumação, pois são esses os tópicos que determinarão o direcionamento da gira, assim como, do médium a levar todos os nossos pensamentos (a concentração) para o reino qual está sendo cantado, orado e vibrado:
- quando Oxosse, direciona-se o pensamento às matas;
- quando Ogum, direciona-se o pensamento às estradas, matas, rios, mar, etc... - quando Xangô, direciona-se o pensamento às pedreiras, campos e topo de montanhas.
Fundamentos do Terreiro
O Terreiro tem vários fundamentos que servem para nos trazer firmeza durante todo e qualquer trabalho que seja realizado ali dentro. Distribuídos em locais específicos e por todo o ambiente, os assentamentos, firmezas e fundamentos, garantem a segurança para todos os médiuns e para toda a assistência. Alguns, estão localizados dentro do centro, outros ao lado de fora, portanto desde que chegamos no centro temos que mudar nossas posturas, direcionarmos nossos pensamentos aos Orixás e evitar brincadeiras e conversas que não farão partes aos trabalhos.
CADA ENTIDADES COM SUAS MANEIRAS,CADA CASA COM SUAS REGRAS
Os Pretos-Velhos via de regra, são bem tranqüilos, a maioria trabalha sentado num banquinho pitando calmamente seus cachimbos e tomando seus cuités de vinho, apresentando aquele ar de saudade característicos dos velhos, ainda que suas lembranças passadas, sem sombra de dúvidas, não traria saudades a ninguém.
Exus e Pombas-Giras costumam ser debochados, alguns falam palavrões que não é certo, gostam de dançar e de brincar com os frequentadores. Alguns são galanteadores, outros procuram mostrar uma cultura acima do normal e uma esmerada educação. Essas características ainda que marcantes e costumazes não podem ser consideradas como regra e qualquer diferença não pode ser simplesmente considerado como exceção.
Entidades espirituais e matéria devem formar uma simbiose perfeita no trato da espiritualidade no sentido de dirigi-la ao necessitado. Costumo dizer que religião é coração, é simpatia, é amor. E sendo assim, nada melhor que o coração para nos guiar neste terreno. Entretanto, é sempre bom que se mantenha a razão também bem experta, pois, infelizmente, há muitos que se utilizam das fraquezas humanas e das dificuldades espirituais dos filhos e frequentadores para interesses pessoais, quando não excusos.
Sempre que formos a um centro devemos ir com a alma limpa, com a vontade no mais alto grau de doação, com os sentimentos puros e a vontade de acreditar. Muitas vezes, dentro das características citadas acima, podemos ver algumas um pouco mais exarcebadas. Um Exu falando um pouco mais alto, as vezes demonstrando um estado etílico grave. Um Caboclo menos viril que de costume, talvez até delicado demais no trato com algum filho, ou qualquer outra percepção que a princípio possa parecer um erro. Antes de decisões precipitadas procure observar bastante, conversar com os consulentes e filhos da casa, enfim, com as pessoas que costumam conviver com aquelas entidades ou com os médiuns que as manifestam para ter exata certeza dos fatos. Se depois de toda essa análise confirmar deslize de conduta ou qualquer ato desmerecedor de sua confiança, não tenha medo de afastar-se.
Lembre-se no entanto que educação e elegância tem lugar em qualquer ambiente.
Tenhamos também sempre em alta a concepção de que nossos sentimentos e análises também podem incorrer em erro e toda porta que ao sairmos deixamos aberta, amanhã, em caso de necessidade ou reconhecimento de equivocos, poderá ser transposta novamente sem problemas.
SOBRE OS GUIAS
Aprendendo sobre o seu Guia
Existem basicamente 3 fatores que fazem com que a apresentação do guia varie:
1 – São espíritos diferentes.
2 – Trabalham em Médiuns diferentes.
3 – Trabalham em Terreiros Diferentes.
1 – São espíritos diferentes.
Antes de tudo cada guia que incorpora é único, cada um é um espírito em particular, com seu jeito de agir e pensar. O nome de que se utilizam é apenas um indicativo da forma que trabalham de sua linha e irradiação. Por isso podemos ter vários espíritos trabalhando com o mesmo nome, sem que sejam por isso um só espírito.
É como ser um médico, engenheiro, etc… Todos possuem um conhecimento comum, além do conhecimento individual. E isso faz com que trabalhem de forma diferente, mas seguindo a mesma linha geral. A mesma coisa acontece com nossos guias.
2 – O médium, mesmo os inconscientes interferem animicamente na incorporação.
Entenda-se que não é uma atitude deliberada do médium, mas algo que “vaza” da personalidade do médium na incorporação. Desde que esta interferência não atrapalhe o trabalho do guia, isto é perfeitamente aceitável.
3 – Trabalham em Terreiros Diferentes.
Se um médium continua trabalhando com o mesmo espírito, mas mude para um terreiro em que o ritual seja diferente, também é comum observarmos pequenas mudanças na apresentação e no trabalho do guia, trata-se da adaptação do guia ao novo local de trabalho.
Por isso há muitas variações na apresentação e método de trabalho dos guias. E perguntas como:
Alguém Conhece o Preto-Velho X ?
Como se apresenta o Caboclo Y ?
Informações sobre o Exu Z ?
Além de não atenderem a uma descrição fiel do guia a que quem pergunta se refere, podem aumentar o animismo ou causar insegurança.
Aumentar o animismo: A pessoa lê uma descrição de que o Caboclo Y não fuma charuto, e quando incorpora, fica com aquilo na cabeça, assim mesmo que o Caboclo queira pedir um charuto, pode encontrar dificuldades de romper esta barreira anímica criada pelo médium.
Causar Insegurança: O médium lê que o Exu Z quando incorpora ajoelha no chão, aí pensa, “nossa o que eu incorporo não ajoelha!!!” e começa a se sentir inseguro quanto a manifestação do seu guia, podendo com isso atrapalhar o seu desenvolvimento.
Resumindo, a melhor forma de conhecer seu guia é através do tempo, do desenvolvimento e do trabalho com ele, assim pouco a pouco você vai se interando de como ele é, como gosta de trabalhar, etc. E vai conhece-lo como ele verdadeiramente é!
sábado, 11 de dezembro de 2010
EXUS DO MAR
CABOCLO SETE-PEDREIRAS
Os mensageiros de Xangô são a representatividade mais perfeita da força da Umbanda na quebra de demandas. Sua manifestação é tão forte e poderosa que chega a assustar iniciantes e assistidos que não estejam familiarizados com estas entidades das montanhas e pedreiras.São caboclos, indígenas, que vivem ou viveram mais isoladamente e portanto possuem um comportamento mais rústico. Alguns ainda nem falam nosso idioma.Talvez por isso, pouco se pratica a Gira de Xangô na Umbanda, mas quem o faz e acaba então conhecendo melhor esta entidade, descobre um verdadeiro Pai.
São amorosos, preocupados e acima de tudo muito justos.
Essas entidades usam a forma de Caboclos, e se entrosam no Corpo Astral de maneira semibrusca, refletindo-se em arrancos no físico; suas vibrações atingem logo o consciente do aparelho (médium), forçando-o do tórax a cabeça, em movimentos de meia rotação e pela insuflação de suas veias do pescoço, com aceleração pronunciada do ritmo cardíaco, na respiração ofegante, até normalizarem seu domínio físico.
Emitem não um urro histérico alucinado que traduzem como “KA-Ô”, acentuando as sílabas, e sim uma espécie de som silvado, da garganta para os lábios, que parece externar o ruído de uma cachoeira ou de um surdo trovejar…
Não gostam de falar muito. Seus pontos cantados são sérias invocações, de imagens fortes e podem ser cantados em vozes baixas.
São guias de incorporações rápidas e contidas, geralmente arriando o médium no chão.
Dão também muito passe de dispersão. São diretos para falar.
Nas consultas são ríspidos e rudes, parecendo até mal educados, mas são diretos se rodeios falando a verdade mesmo que esta doa para quem ouve, sua consultas costumam ser rápidas e construtivas.
São ótimos no trabalho de tronqueira pois por serem grandes e robustos reprimem qualquer ação desordenada, trabalham só em casos que não vão de encontro com a lei espiritual, por isso deve-se ter muito cuidado ao invocar as entidades desta linha. Outros caboclos que trabalham com Seu Sete-Pedreiras são: Caboclo Sete-Montanhas, Sete-Cachoeiras, Cajá, Pele Dourada, Pedra Preta, Pedra Branca, Caboclo Guará, Caboclo do Fogo, Caboclo Fogueira, Caboclo Pedra Grande.
CABOCLO TIBIRIÇÁ
Na Umbanda a falange do Caboclo Tibiriçá não é muito difundida, pois os espíritos desta linha são grandes guerreiros que não se prendem a trabalhos em terreiros, são grandes desbravadores e detentores da Lei Sagrada, sua falange é uma ligação entre Oxalá e Ogum, acompanham muito o Senhor Ogum Matinata.