Ás vezes, um guia indica: Coloque um copo com água do mar ou água com sal atrás da porta.
Qual é o porquê disto?
Por que a água tem o poder de absorver, acumular ou descarregar qualquer vibração, seja benéfica ou maléfica. Nunca se deve encher de água, o copo até a boca, porque ela crepitará. Ao rezar-se uma pessoa com um copo de água, todo o malefício, toda a vibração negativa dela passará para a água do copo, tornando-a embaciada; caso não haja mal algum, a água ficará fluidificada. Nunca se deve acender vela para o Anjo da Guarda, para cruzar o terreiro, para jogar búzios, enfim, sem ter um copo de água do lado. A água que se apanha na cachoeira, é água batida nas pedras, nas quais vibra, crepita e livra-se de todas as impurezas, assim como a água do mar, batida contra as rochas e as areias da praia, também acontece o mesmo, por isso nunca se apanha água do mar quando o mesmo está sem ondas.
A água da chuva, quando cai é benéfica, pura, porém, depois de cair no chão, torna-se pesada, pois atrai à si as vibrações negativas do local.
Por esse motivo nunca se deve pisar em bueiros das ruas, porque as águas da chuva, passando pelos trabalhos nas encruzilhadas, carregam para os bueiros toda a carga e a vibração dos trabalhos; convém notar que os bueiros mais próximos da encruzilhada são os mais pesados, porém não isenta de carga, embora menos intensa, os demais bueiros da rua.
A importância da água pode ser traduzida numa única palavra: ”VIDA!”
Sem água (COABA) a vida é impossível.
A Água está presente em praticamente todos os trabalhos de Umbanda, e sua função é importantíssima.
Por seu poder de propiciar vida ela atrai a vida à sua volta, seja material ou Espiritual.
As águas utilizadas para descarrego, têm funcionamento parecido com a fumaça, sendo que a fumaça carrega as energias consigo similar ao vento, e a água absorve estas energias.
As águas em copos nas obrigações significam energia vital, e nos copos junto às velas de Anjo da Guarda ou atrás das portas de entrada, têm a finalidade de atrair para si as energias que por ali passam, atraídas pela Luz ou passando pela porta.
Os copos de água utilizados para estes fins (Anjo de Guarda ou atrás das portas) devem ser descarregadas pelo menos de 7 em 7 dias, pois senão ficarão saturadas e perderão seu poder de absorção. Esta descarga deve ser feita em água corrente (na pia com a bica aberta, por exemplo), pois simboliza movimento, necessário para transportar as energias absorvidas por ela.
Conhecemos e fazemos uso em rituais de água de procedência de dez campos sagrados.
Rocha | Água detida em saliências nas rochas. Ligada a Xangô – entre suas funções, traz força física, disposição, boa-vontade, sabedoria. |
Mar | Ligada a Iemanjá – imã de energias negativas, anti-séptico e cicatrizante, fertilidade, calma. |
Mina | Ligada a oxum e Nanã – força, vitalidade – é a mais indicada para se utilizar nas quartinhas e em assentamentos de anjo-de-guarda. |
Mar Doce | Encontro de rio e mar. Ligada a Ewá – trato do corpo sentimental, humor, bom senso e independência. |
Chuva | Ligada a Nana e Oxum – excelente função de limpeza e descarrego. |
Cachoeira | Ligada a Oxum e Xangô – sentimentos, afeto, força de pensamente, alegria, jovialidade. |
Rio | Ligada a Oxum (na correnteza) e a Obá (nas margens) – determinação, bons pensamentos. |
Poço | Ligada a Nanã – resistência, sabedoria. |
Lagos e Lagoas | Ligada a Oxumarê – inventividade, imaginação. |
Orvalho | Recolhido das folhas, ao alvorecer do dia. – Ligado a Oxalá – calma, paciência, fecundidade. |
Todas podem ser utilizadas em banhos, assim além de portadoras de seus próprios axés, serve de veículo para o axé dos demais componentes do banho.
Em especial, a mayonga é feita usando-se sete destas águas, dependendo do Orixá da Iaô, e no assentamento de Oxalá da casa, enche-se o pote (quartilhão, porrão…) com todas as dez águas citadas.
Estas águas devem preferencialmente ser recolhidas e armazenadas, utilizando-se potes de louça branca virgem, e só utilizadas para esse fim, por filhos de Oxalá ou Iabás.
Algumas águas não podem e não devem ser armazenadas por muito tempo, “água parada apodrece”.
TEXTO ENVIADO: SACERDOTE MAGUINUM DO OGUM ILÊ BARRA VENTO